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PETROBRAS – Privatização em marcha.

 

SÃO PAULO – O Conselho de Administração da Petrobras aprovou, em reunião realizada nesta quinta-feira (28), a venda de sua participação no bloco exploratório BM-S-8, localizado na Bacia de Santos, para a Statoil Brasil Óleo e Gás. A informação foi divulgada na madrugada desta sexta-feira por meio de Fato Relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Segundo o comunicado, a transação “é fruto de um processo competitivo e representa um avanço material na parceria estratégica entre as duas empresas, que já possuem Acordos de Cooperação com foco em desenvolvimento tecnológico na área de E&P offshore”.

A operação, continua o documento, “faz parte da política de gestão de portfólio da Petrobras, que prioriza investimentos em ativos com maior potencial de geração de caixa no curto prazo e com maior possibilidade de otimização de capital e de ganhos de escala, devido à padronização de projetos de desenvolvimento da produção”.

O preço base negociado para a participação no BM-S-8 é de US$ 2,5 bilhões. A primeira parcela, de 50% do valor total (US$ 1,25 bilhão), será paga no fechamento da operação. O restante será pago por meio de parcelas contingentes relacionadas a eventos subsequentes, como, por exemplo, a celebração do Acordo de Individualização da Produção (unitização).

O BM-S-8 é atualmente operado pela Petrobras (66%) em parceria com a Petrogal Brasil (14%), Queiroz Galvão Exploração e Produção (10%) e Barra Energia do Brasil Petróleo e Gás (10%). Neste bloco ocorreu uma descoberta no prospecto exploratório denominado Carcará.

Ainda conforme o comunicado, a Petrobras e a Statoil estão negociando um Memorando de Entendimento em que “outras iniciativas de cooperação estratégica serão avaliadas, com o objetivo de uma atuação de longo prazo”.

A operação abre oportunidades para que parcerias com outras empresas, com forte expertise e condições de investimento, contribuam para o fortalecimento da indústria de óleo & gás no Brasil, segue o texto.

“A transação é parte importante do Plano de Parcerias e Desinvestimentos 2015-2016 da Petrobras e sua conclusão está sujeita a determinadas condições precedentes usuais, incluindo o direito de preferência por parte dos demais parceiros no BM-S-8 e a aprovação pelos órgãos competentes”, conclui o documento.

Fonte: Valor Econômico

 


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PETRÓLEO – Mão do governo e o desempenho das estatais.

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Mão do governo pesa no desempenho de estatais do petróleo

 

A Saudi Arabian Oil Co. chamou a atenção da indústria do petróleo ao anunciar um plano para abrir seu capital que pode ajudá-la arrecadar mais de US$ 100 bilhões. Mas alguns investidores estão cautelosos, dado o histórico questionável de empresas de petróleo controladas por governos.

O plano de vender no mercado acionário até 5% da estatal saudita Aramco, a maior petrolífera do mundo, desencadeou uma disputa entre os bancos para assumir um papel na operação, que tem potencial de render US$ 1 bilhão em comissões o maior negócio de todos os tempos para bancos de investimento. O reino estima que o valor de mercado da empresa varie entre US$ 2 trilhões e US$ 3 trilhões.

Mas várias estatais de petróleo que abriram seu capital têm tropeçado, confirmando o temor dos investidores em relação aos riscos de apostar em empresas controladas por governos.

Nesse grupo, que inclui a Petrobras SA, a russa OAO Rosneft e, mais recentemente, a KMG EP, do Cazaquistão, só a norueguesa Statoil ASA conseguiu evitar uma forte queda na cotação de suas ações. Muitas acabaram golpeadas por governos que dão prioridade a interesses políticos, em detrimento dos retornos aos investidores.

Isso destaca o dilema que os potenciais investidores da Aramco, que é sediada em Dhahran, na Arábia Saudita, podem enfrentar: A estatal vai prestar contas aos acionistas ou ao reino árabe, que ainda manterá pelo menos 95% da firma?

“Investir em uma empresa controlada pelo governo, que atua meio como uma agência estatal, com enorme influência e prioridades que vão além da criação de valor, gera tensão”, diz Pascal Menges, que gerencia um fundo na gestora de recursos suíça Lombard Odier Investment Management. O fundo costumava manter pequenas participações em petrolíferas estatais, mas agora não tem mais.

A oferta pública inicial de ações da Aramco, que pode acontecer em 2018, é parte de um plano para levantar recursos e diversificar a economia saudita, após dois anos de queda nos preços do petróleo. Segundo as autoridades sauditas, as ações poderão ser negociadas nas bolsas de Londres, Nova York ou Hong Kong.

O Ministério do Petróleo da Arábia Saudita não quis comentar. O ministro Khalid alFalih disse, em junho, que a Aramco segue “os mais altos padrões de governança”. A abertura de capital exige que companhia abra seus livros, “e eu acho que a empresa fará isso e todo mundo verá, em primeira mão, como ela é ótima e isso contribuirá para sua avaliação” no mercado, disse.

Nos últimos anos, os ADRs (American Depositary Receipts) da Petrobras negociados em Nova York despencaram em meio à prolongada investigação sobre corrupção na empresa, aberta após a oferta de ações na bolsa de Nova York, realizada em 2010. O desejo do governo brasileiro de criar empresas locais que pudessem ser fornecedoras da indústria do petróleo e outros setores provocou um aumento nos custos e atrasou alguns projetos de petróleo enquanto parte da infraestrutura, como os estaleiros, era construída.

Já a russa Rosneft realizou uma oferta de ações na Bolsa de Londres, em 2016, captando US$ 10,7 bilhões junto a investidores ansiosos por tirar proveito das perspectivas de crescimento da empresa. Mas, em 2014 depois que a Rússia invadiu a Crimeia e os Estados Unidos decretaram sanções ao líder da estatal por suas ligações com o presidente Vladimir Putin, a Rosneft perdeu sua capacidade de assumir dívidas de longo prazo e conseguir recursos para investir em novos campos de petróleo.

Na China, a cotação das ações das três grandes petrolíferas estatais do país tem tido um desempenho melhor, mas os lucros da PetroChina Co., por exemplo, continuam a ser corroídos por 11

uma base de custos enorme. Isso inclui centenas de milhares de funcionários e campos locais de petróleo antiquados e com alto custo de operação.

As maiores petrolíferas independentes do mundo, como a Exxon Mobil Corp. e a Royal Dutch Shell PLC, também são propensas a altos e baixos, com suas ações oscilando conforme o preço do petróleo. Algumas enfrentaram eventos catastróficos que consumiram bilhões de dólares, como no caso do acidente no Golfo do México, em 2010, que provocou US$ 61,6 bilhões em custos legais e de limpeza para a petrolífera britânica BP.

Mas, de modo geral, as ações da empresa têm apresentado um desempenho mais estável dos que as das estatais.

Desde outubro de 2010, as ações da Chevron Corp. e da Exxon subiram mais de 30% e 52%, respectivamente, enquanto as da Rosneft e da KMG EP, também listadas em Londres, recuaram 22% e 55%. Os ADRs da Petrobras despencaram 78% no mesmo período.

As petrolíferas estatais têm potencial para ser verdadeiras máquinas de lucro. Elas controlam cerca de 75% das reservas comprovadas do mundo e mais da metade da produção global diária. Além disso, muitas possuem depósitos em terra cuja exploração é mais barata que as reservas localizadas em águas profundas, areias betuminosas e formações de xisto, das quais as gigantes ocidentais dependem.

Mas as prioridades divididas entre governos e investidores fazem com que algumas estatais sejam menos lucrativas. “Os objetivos dos governos podem nem sempre estar completamente alinhados com os dos acionistas”, diz o analista Stewart Williams, da firma britânica de dados de commodities Wood Mackenzie.

Os investidores dizem que veem um novo motivo para se preocupar com aberturas de capital envolvendo ativos estatais no Cazaquistão.

Há dez anos, a estatal de gás NC KazMunaiGas desmembrou a KMG EP e listou a empresa na bolsa. Ela captou US$ 2,3 bilhões com a operação e ainda manteve uma participação de 58% na nova companhia. Desde a abertura de capital na bolsa de Londres, em 2006, as ações da KMG EP perderam 50% do seu valor.

Agora, a KazMunaiGas está tentando assumir o controle das reservas de petróleo e gás da KMG EP e ter acesso mais fácil ao caixa de US$ 3 bilhões da empresa de capital aberto. A KazMunaiGas está se preparando para realizar sua própria abertura de capital em 2018. A queda no preço do petróleo, que afetou fortemente as finanças do setor, não ajudou.

Matthias Westman, sócio fundador do fundo de hedge Prosperity Capital Management, que se concentra na Rússia e é investidor da KMG EP, diz que a situação também mostra como as metas do governo podem entrar em conflito com acionistas, cujo foco está no lucro. “Quando as coisas ficam difíceis, alguns recorrem ao pior comportamento”, diz ele.

Fonte: Valor Econômico / The Wall Street Journal


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PETROBRAS – Luta contra a privatização.

Companheiros,

Temos que nos engajar nessa luta em oposição a este crime contra a BR e o Brasil. Não haverá espaço para arrependimento, mais tarde.

A BR detém um segmento (distribuição de derivados de petróleo) lucrativo para a Petrobras e estratégico para o Brasil.

Deixou de ser uma questão partidária, ideológica ou, até mesmo, de manter ou não os nossos empregos na Petrobras. Tudo isso deve estar em segundo plano quando o que está em jogo é a Soberania Nacional, a defesa do nosso patrimônio e a manutenção do controle estatal sobre decisões relacionadas aos principais produtos de desenvolvimento de um país.

Se, hoje, vendermos (entregarmos), por alguns vinténs, a fonte de nossa renda, como viverão as gerações futuras. Sem patrimônio não há rendape. Sem renda é o caos social.

Não se enganem com essa falácia de controle compartilhado. Quem controla e, portanto, decide é o detentor da maioria da capital votante (ações ordinárias). E, qual o único objetivo da iniciativa privada? Lucro. Quem pagará os subsídios para distribuição em regiões deficitárias? O contribuinte, através de tributos.

Por gentileza, leiam e repassem para seus contatos esta Nota (apelo) da AEPET – Associação dos Engenheiros da Petrobras à sociedade brasileira, sobre esta questão da privatização da BR.

Este apelo vale também para o nosso Pré-sal, descoberto pela Petrobras e que será entregue (junto com a tecnologia exclusiva da Petrobras) a multinacionais estrangeiras, caso o projeto de lei que tramita no congresso seja aprovado.

Abraços,

Elon Jaido Sarmento Moraes/Empregado da Petrobras

 


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PETROBRAS – Não há lugar para bonzinhos no pré-sal.

Estrella: não há lugar para bonzinhos no pré-sal

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Fonte: Brasil 247 Autor: Paulo Moreira Leite
Diminuir Letra Aumentar Texto VoltarNa terceira parte da entrevista exclusiva ao 247, o geólogo Guilherme Estrella, líder da equipe que descobriu o pré-sal brasileiro, explica o caráter enganoso do debate sobre mudanças na legislação que garante o lugar da Petrobras como operadora exclusiva de pesquisas de gás e petróleos situadas milhares de quilômetros abaixo do nível do mar. Enquanto os aliados da proposta de José Serra tentam construir a versão amena de que se trata de uma opção de caráter técnico, sem maiores consequências para o país, Estrella demonstra que o fim da exclusividade da Petrobras como operadora única do pré-sal envolve medidas e possibilidade que terão um caráter decisivo no futuro, quando a soberania de cada país no plano energético tende a desempenhar um papel fundamental em seu desenvolvimento. Estrella também faz um balanço da experiência da Petrobras fora do país, na década de 1970, quando o governo brasileiro furou o bloqueio que as grandes potências queriam impor ao Iraque.

BRASIL 247 – Só para retornar ao ponto urgente em discussão no Congresso, que envolve o projeto sobre o pré-sal brasileiro, a maior reserva de petróleo nos últimos 50 anos. O ponto central da mudança envolve retirar a Petrobras da condição de operadora única do pré-sal. Falamos disso na segunda parte da entrevista, mas eu gostaria de saber se o senhor gostaria de acrescentar algo.

GUILHERME ESTRELLA – Eu acho importante reconhecer que na disputa pela soberania energética das nações, não há lugar para bom mocismo nem ingenuidade. É guerra entre mastodontes, que frequentemente envolve ações típicas de pirataria, em pleno século XXI, e também pode levar a confrontos abertos. A regra é: escreveu não leu, aparecem porta aviões ou cruzadores — quando as reservas estão no mar.

BRASIL 247 – O senhor não está exagerando?

GUILHERME ESTRELLA – Precisamos entender que “operador” de uma área está longe de ser apenas uma equipe técnica que cumpre determinações de quem obteve a concessão para pesquisar e explorar petróleo. Todas as empresas que participam de uma licitação vencedora, mesmo que não tenham a maioria das cotas, adquirem um status de “proprietário” das instalações, sistemas submarinos, navios de produção, equipamentos, tubulações de transferência. O operador é quem manda e desmanda. São as equipes do operador que, a bordo, embarcadas ou em terra, assumem a coordenação das operações. Também são elas que se apropriam, manuseiam e interpretam todos os dados de engenharia e geologia das rochas que produzem petróleo e gás natural dos sistemas implantados. Este sistema é cuidadosamente tratado pelo operador. Os segredos são guardados a sete chaves, pois são informações absolutamente confidenciais, apontam para novas descobertas e prioridades de investimentos.

BRASIL 247 – Para os leigos, esse debate sobre “operador exclusivo” parece um debate técnico, sem maiores consequências na exploração do petróleo, sem nenhuma implicação sobre a soberania de uma nação…

GUILHERME ESTRELLA – As “prerrogativas” do operador têm um incalculável valor científico, tecnológico e financeiro para a empresa que comanda os trabalhos. Imaginemos uma gigantesca instalação de uma empresa estrangeira, que trabalha para o país-sede e até se confunde com seu governo, produzindo enormes volumes de petróleo e gás natural, insumos estratégicos, essenciais, para seus países de origem. Em termos financeiros, coisa de uma dezena de bilhões de dólares investidos. A bordo, centenas de cidadão estrangeiros: técnicos, engenheiros, geólogos, especialistas de alto padrão profissional. Peculiaridade: este magnífico sistema industrial marítimo se localizada a 300 km de nossa costa, nas proximidades dos limites de nossa zona econômica exclusiva, a chamada “Amazonia Azul.” Pois bem. Como é frequente em investimentos dessa natureza, chega um dia em que surgem divergências de qualquer tipo. Nas últimas décadas, no mundo do petróleo e gás, essas divergências têm sido muito comuns, como todos sabemos. Neste caso, o Brasil, no exercício de sua soberania, toma a decisão de intervir nas instalações. Estamos falando de uma decisão de envergadura, quando um acordo comercial se torna uma questão política. Alguém poderia me dizer o que aconteceria? A Marinha certamente está preocupada com isso.

BRASIL 247 – Em 1976, o senhor participou da descoberta do campo de Majnoon, no Iraque, um dos grandes campos de petróleo do mundo, na época, episódio que também produziu ensinamentos úteis para o Brasil. Como foi?

GUILHERME ESTRELLA – A história do super campo de Majnoon, com uma reserva que chegamos a estimar em 80 bilhões de barris, é especialmente importante, porque ajuda a entender o caráter criminoso que pode assumir a disputa pelas áreas ricas  em petróleo. Este campo era o verdadeiro alvo, o grande botim procurado pelos invasores do Iraque em nome da chamada Colização da OTAN, promovendo um genocídio que envergonha qualquer noção de civilização. A barbárie promovida no Iraque, com base na mentira inventada de que o país possuía armas de destruição em massa, é uma lição exemplar sobre a absoluta falta de qualquer sentido ético por parte do esforço das grandes potências para garantir seu suprimento de gás e petróleo. A causa real dessa invasão, um ato de pirataria em pleno século XXI, foi a tentativa, apoiada por tropas e forças mercenárias, de recuperar Majnoon.

BRASIL 247 – Qual a relação da Petrobras com Majnoon?

GUILHERME ESTRELLA – No início da década de 1970, o Brasil vivia uma fase de grande crescimento econômico. Mas, naquele tempo, nossa produção de petróleo era baixa: as importações cobriam 80% das necessidades do país.  Não tínhamos pesquisas apuradas, capazes de identificar a riqueza de nossos reservas e, por isso, em 1972 foi criada a Petrobras Internacional, Braspetro. Sua missão era explorar e produzir petróleo no exterior, usando a tecnologia que já possuíamos para reforçar o suprimento nacional. Em julho de 1971, o governo do Iraque nacionalizou as empresas estrangeiras que controlavam o setor de petróleo e gás do país. Numa decisão obviamente a mando dos países de origem dessas empresas – Estados Unidos, Reino Unido, França e Holanda – a Corte Internacional de Haia decretou o bloqueio do petróleo iraquiano, que a partir de então não poderia ser comercializado. Era uma forma de estrangular um esforço legítimo de um país por sua soberania, que inclui o melhor aproveitamento possível dos recursos naturais, que deve ser assegurado a toda nação. Em 1973, o preço do barril de petróleo quadriplicou. Numa medida que seria seguida por outros países, que se recusavam a arcar com um prejuízo que não lhes dizia respeito, o governo brasileiro decidiu quebrar esse o bloqueio. Naquele período, Ernesto Geisel era o presidente da Petrobras. Os países da OPEP fizeram um movimento na mesma direção. Para estimular a chegada de investimentos de fora, criaram a categoria de “cliente preferencial”, que envolvia um conjunto de facilidades para países importadores dispostos a exploração petróleo em seus territórios.  Era uma decisão política, como tudo o que acontece no petróleo.

BRASIL 247 – Quando Braspetro decidiu ir para o Iraque?

GUILHERME ESTRELLA – A empresa foi para o Iraque em 1973, logo iniciando os trabalhos de exploração. Mesmo com apoio de excelentes estudos de geologia de superfície e de geofísica, nós sabemos que é um trabalho de risco.  O primeiro poço foi aberto — sem sucesso. Mas aprovamos a perfuração de um segundo poço. Era Majnoon, onde assumi, em 1976, o cargo de gerente de exploração. Num trabalho de equipe, que envolveu vários profissionais por um longo período de estudo, e que não deve de forma alguma ser visto como fruto de uma ação individual, logo  surgiram sinais de que se tratava de uma reserva realmente enorme. Tão grande que, nos anos seguintes, era possível perceber que havia sido criada uma situação insustentável, do ponto de vista político e estratégico. O governo do Iraque não tinha condições de deixar a exploração de Majnoon com uma empresa de país estrangeiro, ainda que fosse do Brasil, país que se recusara a participar do boicote. Em 1978, o contrato foi suspenso. É bom reconhecer que não éramos donos de Majnoon. Éramos prestadores de serviço do governo iraquiano, apenas.

BRASIL 247 – O que aconteceu depois?

GUILHERME ESTRELLA – Foi feito um grande movimento, por parte do governo dos Estados Unidos e seus aliados, para recuperar a situação anterior. Entramos, assim, numa época em que a disputa pelo abastecimento de petróleo, até hoje responsável por 90% da energia que move a economia e a vida cotidiana do planeta, assume o caráter aberto de uma disputa militar permanente. Ela provocou a destruição da Líbia como país e como sociedade organizada. Idêntica situação viveu o Egito. O povo foi à rua e derrubou uma ditadura de 40 anos. O novo presidente, eleito democraticamente, só precisou murmurar que, em sua opinião, os contratos de gás natural do Delta do Nilo precisavam ser revistos, em benefício da população do país. Semanas depois, foi deposto e uma nova ditadura instalada no país. O que está acontecendo no Brasil, país que acabou de descobrir imensas reservas de seu petróleo e gás, as mais promissoras em 50 anos?

BRASIL 247 – O que está acontecendo?

GUILHERME ESTRELLA – Tudo o que os governos que representam as grandes empresas de petróleo desejam é retornar ao mundo anterior a 1971. Convém lembrar que nessa época toda resistência era vencida pela força, como aconteceu com o golpe que instaurou a ditadura pró-Estados Unidos de Reza Pahlevi, e na intervenção na Argélia


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PETROBRAS -A venda da BR.

Nota da AEPET à sociedade brasileira – A venda da Petrobrás Distribuidora (BR)

Fonte: AEPET

A decisão de venda do controle da Petrobrás Distribuidora (BR), anunciada pelo Conselho de Administração da estatal, é o início do desmonte e privatização da Petrobrás. O motivo alegado é a venda de ativos para redução da dívida da empresa de cerca de R$ 450 bilhões, acumulada por decisões de seu acionista majoritário e controlador, a União Federal, para exportar o petróleo do pré-sal no prazo o mais rápido possível, além de subsidiar o preço dos derivados para controlar a inflação.

2. Dirigentes da companhia afirmam que vender o controle acionário da BR não é privatização. Alegam que a Petrobrás manterá a maior fatia do capital total e que a medida visa maximizar o valor da transação, enquanto os objetivos estratégicos estariam assegurados. É evidente que esses argumentos não se sustentam considerando que é o controlador quem determina a estratégia e a gestão da companhia. Entregar o controle da BR Distribuidora é privatizá-la, não há como garantir que os interesses estratégicos da Petrobrás serão preservados.  O fluxo de caixa futuro será comprometido e a imagem da Petrobras para os consumidores dependerá da gestão de terceiros. O abastecimento de todo o território nacional pode ficar comprometido diante do interesse privado e de curto prazo do acionista controlador.

3. A valorização internacional do dólar, com a consequente queda do preço do petróleo e desvalorização do real, a meta de produção inadequada, a construção simultânea de duas refinarias (RNEST e COMPRJ, sem contar as refinarias Premium do Maranhão e Ceará para exportação de diesel, abortadas na terraplenagem, somadas à ação criminosa de políticos, empreiteiros e executivos de aluguel, além do prejuízo de 80 bilhões de reais pelos subsídios aos combustíveis para controle inflacionário, construíram a dívida atual.

4. Os seguidos balanços com absurdos valores de “impairment” (reavaliação do valor de ativos), inclusive dos campos de produção, que não estavam à venda, construíram a imagem dos prejuízos contábeis. As grandes empresas internacionais, apesar da queda do preço do barril de petróleo, não fizeram desvalorizações de seus ativos nos níveis praticados pela Petrobrás. Até porquê sabem que este preço oscila. Em 2015 a Petrobrás registrou lucro bruto de R$ 98,5 bilhões e tem mais de R$ 100 bilhões em caixa. No entanto, estes resultados foram transformados em um prejuízo contábil de R$ 34,8 bilhões pela reavaliação de ativos.

Aliás, é o que os compradores esperam que seja feito – vender ativos em período de baixa – para que os repassem mais à frente com grandes lucros privados e prejuízos da Petrobrás, seus acionistas e o país.

5. O problema da dívida está sendo resolvido com o alongamento de prazos e empréstimos com contrapartida em petróleo a ser produzido. A Petrobrás tem reservas e novas plataformas entrando em operação, vantagem estratégica na relação com credores e países dependentes de petróleo importado.

A recente desvalorização do dólar, com a recuperação do preço do barril de petróleo e a valorização do real já fez mais para a solução da dívida do que a venda de ativos. A alienação dos ativos fragiliza a integração corporativa, compromete o fluxo de caixa futuro e submete a companhia a riscos desnecessários.

6. Que sentido faz vender a BR, líder no segmento de distribuição, abastecendo o mercado nacional e imagem da Petrobrás diante do consumidor? O mercado interno de distribuição é altamente competitivo com mais de 200 empresas de diferentes portes buscando apenas o filé dos grandes centros urbanos.

O que dizer da geração de energia elétrica, abastecimento de hospitais, aeroportos e das Forças armadas nos lutares mais distantes? Seriam deixados à própria sorte se não fosse a Petrobrás Distribuidora.

7. A Petrobrás só é forte devido ao Brasil e seu mercado interno e por sua integração do poço ao posto. Do petróleo do pré-sal, passando pelos terminais, dutos, refinarias, distribuidora e postos, há uma rede integrada altamente complexa, cheia de riscos, imprevistos e problemas operacionais que o consumidor não vê ao abastecer seu carro, pegar seu ônibus, ligar seu fogão ou ar condicionado, e ter seu alimento à disposição nos supermercados.

Imagine-se sem esta energia da gasolina, diesel, gás de cozinha abastecendo com segurança e regularidade o país.

8. Estão vendendo os dutos que distribuem os derivados por todos o Brasil, construídos e utilizados pela Petrobrás. Agora, é a vez da distribuidora e seus postos.

Com a empresa desintegrada, sua força – fonte de geração de caixa para seus investimentos, descoberta de petróleo e gás, manutenção de suas reservas e produção, de sua tecnologia em águas profundas respeitada internacionalmente – se esvairá rapidamente.

 

9. Enquanto o preço do barril de petróleo esteve elevado, a principal fonte de lucros era o segmento de produção, com a queda de seu preço, o lucro transferiu-se para o Abastecimento – as refinarias, o transporte e a comercialização – que em 2015 responderam por R$ 46 bi do lucro bruto. Isto significa integração.

Desintegrada, produtora apenas de petróleo, estaria com sérios problemas de sobrevivência. Durante alguns anos, as refinarias operavam com reduzida margem de lucro, hoje são as principais responsáveis pelo fluxo de caixa da companhia.

10. É o cenário que se desenha para a empresa ao desintegrá-la, vendendo-a em partes e entregando o pré-sal, última grande descoberta disponível para as grandes empresas internacionais e países desenvolvidos para garantirem seu abastecimento. O fim do regime de partilha, maximizando a riqueza do petróleo para o Estado brasileiro, completará o quadro, transferindo a propriedade do petróleo para o consórcio das empresas produtoras. Nenhum país se desenvolveu exportando petróleo por multinacionais. O Brasil corre o risco de entrar em novo ciclo do tipo colonial.

11. Passaremos a importar os equipamentos e serviços, técnicos especializados, plataformas alugadas, gerando no exterior os empregos que faltam aos brasileiros desempregados e frustrados.

Com o real valorizado pela exportação do petróleo do pré-sal alguns poderão consumir produtos importados a baixo custo produzidos na Índia, China, Taiwan, Cingapura, com mão-de-obra análoga a escrava, sem direitos sociais. Os mais afortunados frequentando Miami e Paris para as compras, drenando os dólares recebidos.

Em seguida, o consequente desemprego, especialmente para o trabalho especializado e qualificado, pela falta de competitividade das empresas brasileiras com a valorização da moeda nacional.

Sepultaremos mais uma vez a chance de ter um país desenvolvido, sem desemprego e menos desigual.

12. Enquanto países como a Noruega constroem seu futuro, usando o petróleo como fonte de recursos para fortalecerem suas empresas, gerando empregos de alto nível no país e depositando os recursos em um fundo para garantir as gerações futuras de seus filhos e netos – afinal a riqueza de hoje não pertencem apenas a eles – nossos políticos, governos e homens públicos preferem torrá-lo em uma festa inconsequente e em viagens ao exterior, garantindo o apoio de seus pares.

A sociedade brasileira não pode permitir que este crime contra o país e a Petrobrás seja levado adiante.

Rio de Janeiro, 25 de julho de 2016

Diretoria da AEPET


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PETRÓLEO – Previsões do Morgan Stanley.

 

Morgan Stanley prevê nova queda do petróleo

 

O otimismo quanto à recuperação do petróleo pode não estar tão fundamentado quanto se imagina, alerta o Morgan Stanley. Em relatório enviado a clientes, o banco disse que à medida que paralisações pontuais são resolvidas e a oferta volta com força ao mercado internacional, elevam-se as preocupações quanto ao equilíbrio do mercado e à sustentação dos preços atuais.

Com esse cenário, a expectativa da instituição financeira é que o barril do Brent caia a US$ 40 até o quarto trimestre, mantendo esse nível ao menos até o segundo trimestre de 2017. A projeção para a cotação média deste ano é de US$ 42 barril e para o ano que vem, encontra-se em US$ 51.

O Morgan Stanley está na ponta mais baixa das estimativas de bancos, corretoras e consultorias. Apenas as agências de classificação de risco, que tradicionalmente são mais conservadoras em suas premissas, têm previsões menores para a cotação. Média de projeções compilada pelo Valor com 13 instituições do tipo indica US$ 44 em 2016 e US$ 57, em 2017.

A equipe do economista Adam Longson, responsável pelo texto, lembra que até o fim deste mês a produção canadense, por exemplo, após incêndios que atingiram as operações nas areias betuminosas no primeiro semestre, retorna a seu patamar anterior e já seria suficiente para deixar o mercado com excesso de oferta.

O fim de manutenções em países como o Brasil, Gana e os Emirados Árabes Unidos também ajuda a elevar os temores quanto ao equilíbrio do mercado, acrescenta o banco. Nos cálculos dos analistas, junho provavelmente foi o mês com maiores baixas em ao menos dois anos, cerca de 3 milhões de barris diários, algo que deve se resolver agora.

O banco também vê uma diminuição no ritmo de desligamentos nos Estados Unidos. O principal motivo é o próprio repique dos preços nos últimos meses: produtores fizeram contratos a níveis próximos de US$ 50 e puderam completar a perfuração de alguns poços que estavam paralisados.

No lado da demanda, a situação também pode se complicar. Com a margem de refino em alta, empresas exageraram nas compras de petróleo bruto, diz o Morgan Stanley, sendo que a outra ponta, de consumo de derivados, não acompanhou tão rapidamente. Hoje, estoques já têm o maior patamar em cinco anos. 15

Essa sobreoferta principalmente de gasolina e destilados começa a bater na margem de refino, afirma o banco, e inverter a situação. “Assim, com a provável queda rápida das margens, as refinarias começam a segurar o uso de sua capacidade e também as compras de petróleo”, diz o texto.

Com isso, a instituição acredita que o excesso de oferta continua neste ano, em cerca de 1,4 milhão de barris por dia. O equilíbrio seria atingido apenas em meados de 2017, apesar de para o ano cheio se esperar um excesso de 100 mil barris diários. Para 2018, a previsão é de déficit em 200 mil barris por dia.

Os preços do Brent recuaram 2,1% ontem na ICE Futures de Londres, para US$ 45,13 o barril. Na Nymex, de Nova York, a queda foi de 2,3%, para US$ 44,88. Ambas as cotações são do atual segundo contrato futuro do petróleo, para entrega em outubro.

Fonte: Valor Econômico


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GÁS NATURAL -Governo estuda criar um Operador Nacional.

Governo poderá controlar mercado de gás natural no lugar da Petrobras

 

O governo federal estuda criar um operador nacional do mercado de gás natural, nos moldes do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), órgão que controla o fluxo de energia no Brasil.

A medida faz parte de uma série de mudanças em estudo para preparar o mercado para a saída da Petrobras do setor, como parte de seu plano de desinvestimentos.

Segundo um funcionário do governo que acompanha as discussões, as diretrizes do pacote serão apresentadas ao mercado no fim de setembro, em proposta de resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

A ideia de criar o operador é consenso no mercado, diz ele, diante da necessidade de reduzir os riscos à entrada de novos fornecedores de gás.

Atualmente, a Petrobras é praticamente monopolista na produção e no transporte do combustível e administra os fluxos de gás entre os campos produtores e os mercados consumidores por meio de um centro de controle no Rio.

A estatal negocia a venda de sua malha de gasodutos e terminais de importação de gás. Além disso, já informou ao mercado que não renovará totalmente o contrato de importação de gás da Bolívia, que vence em 2019.

A expectativa é que a companhia reduza à metade o volume contratado com o país vizinho, hoje em 30 milhões de metros cúbicos por dia, equivalentes a 37,5% do consumo diário médio do Brasil.

Por isso, distribuidoras de gás canalizado e indústrias consumidoras já se preparam para negociar diretamente com o governo boliviano contratos para a próxima década.

“Em um ambiente com múltiplos transportadores e fornecedores de gás, é preciso ter um organizador do sistema”, afirma o consultor Marcio Balthazar, da NatGas.

Ele explica que, além de definir os fluxos de gás de acordo com os contratos, o operador funcionaria como uma câmara de compensação, coordenando as operações de compra e venda. 9

“Uma empresa vai injetar gás no Rio para venda a cliente no Rio Grande do Sul, mas não é o mesmo gás que chega lá. É preciso ter alguém que gerencie essa compensação”, explica o especialista.

ACESSO

Defensora da proposta, a Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace) diz ainda que outra missão é garantir o acesso não discriminatório de novos fornecedores aos gasodutos, além de planejar a expansão da rede.

A figura do operador nacional é utilizada em países como Inglaterra, Espanha e Noruega, argumenta a entidade.

Ainda não há definição sobre o formato do novo órgão nem sobre como será financiado. No setor elétrico, o ONS é financiado por recursos arrecadados na conta de luz.

A resolução do CNPE está sendo discutida com os participantes do mercado e será submetida a audiência pública durante o mês de outubro, para eventuais sugestões.

Um pacote de medidas para o setor de gás está sendo estudado por um grupo formado pelo Ministério de Minas e Energia, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

O grupo foi criado pelo ministério no final de junho, para “mitigar riscos de ordem regulatória sem representar entraves desnecessários à entrada de novos agentes”, segundo nota distribuída na época.

Fonte: Folha de S. Paulo

 


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PRÉ-SAL – Olha o que esse professor declarou.

 

Os novos projetos do pré-sal brasileiro não vão conseguir conviver com um cenário de preços do petróleo a US$ 50 o barril, se o país não apostar no desenvolvimento tecnológico, defendeu ontem o professor do programa de Engenharia Oceânica da Coppe/UFRJ e conselheiro da Petrobras, Segen Estefen.

“[O preço do petróleo] Vai ficar por alguns anos ou talvez décadas nessa faixa de US$ 50 a US$ 60 o barril. Essa é uma faixa perigosa para o pré-sal. O pré-sal não vai conseguir conviver com o óleo a US$ 50, a US$ 45″ afirmou Segen, durante palestra na UFRJ, no Rio de Janeiro.

Segundo o professor, campos já em produção, cujos investimentos foram executados ao longo dos últimos anos, se viabilizam no atual cenário de preços do barril. Mas para projetos futuros, em campos de maior complexidade tecnológica, os patamares atuais de preços não são atrativos. “Se pensarmos no futuro, se começarmos os campos novos, aqueles que não são no filé mignon, vamos precisar de tecnologia”, complementou.

O conselheiro destacou que o “break even” do pré-sal (preço mínimo necessário para viabilizar economicamente um projeto) varia muito de projeto para projeto, mas está hoje na faixa de US$ 35 a US$ 50 o barril. “Não existe essa resposta [sobre o “break even” do pré-sal]. O pré-sal é um boi: tem o filé mignon, a maminha, o osso…Hoje estamos transitado entre algo de US$ 35 a US$ 50 [o barril].”

Para Segen Estefen, a aposta no desenvolvimento tecnológico precisa ser uma prioridade desde já. “Está havendo uma evolução tecnológica muito rápida no pré-sal, mas não podemos pensar no pré-sal, no futuro, com estruturas de custos de hoje, e sim com dinamismo tecnológico. Precisamos de investimentos para buscar saídas tecnológicas para que os custos do pré-sal sejam substancialmente mais baixos”, comentou.

O professor destacou que a política de conteúdo local precisa ser aprimorada, mas que o Brasil não pode abrir mão do conceito de nacionalização da tecnologia.

Fonte: Valor Econômico

 


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ENERGIA RENOVÁVEL -Emergentes puxam investimento global.

Emergentes puxam investimento global no setor de energia limpa

 

Liderado pelos países emergentes, o setor de energia limpa recebeu mais do que o dobro de investimentos do que a geração tradicional no ano passado, de acordo com as Nações Unidas.

Relatório de março da agência ambiental da ONU, a Unep (Programa das Nações Unidas para o Ambiente, na sigla em inglês), mostra ainda que esse segmento acrescentou mais capacidade de geração no mundo no ano passado do que a tradicional (carvão, gás natural etc.).

Além dos estímulos públicos e de compromissos ambientais internacionais, o fator que está gerando esse grande crescimento é a redução no custo de implantação, via ganho de escala e inovações tecnológicas.

Segundo a Agência Internacional de Energia Renovável, desde 2009 já houve forte queda no custo dos painéis solares (cerca de 80%) e das turbinas eólicas (até 40%).

Estudo divulgado pela entidade mostra que os preços da eletricidade nessas modalidades podem ter até 2025 uma redução de até 59%.

O Brasil vem seguindo essa trajetória de crescimento e também se beneficia das condições naturais favoráveis. “Além de a tecnologia estar contribuindo, o Brasil possui o melhor vento do mundo para geração de energia eólica”, diz Elbia Gannoum, da Abeeolica (associação do setor).

Mas a dirigente defende que hoje o Brasil deve esperar “mudanças incrementais”. “Reduzir os custos em torno de 50% já aconteceu. A energia eólica no Brasil é a segunda fonte de energia mais barata, só perde para as grandes hidrelétricas.”

Fonte: Folha de S. Paulo

 


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GÁS NATURAL -Investimentos podem atingir US$ 170 bilhões.

Investimento em gás natural pode atingir US$ 170 bi em 20 anos

 

A abertura da indústria de gás natural, capitaneada pelos desinvestimentos da Petrobras, pode atrair novos agentes para o setor e estimular investimentos que podem atingir cerca de US$ 170 bilhões em 20 anos, segundo estimativas da consultoria Wood Mackenzie. Ontem, o Ministério de Minas e Energia anunciou as linhas gerais de um pacote de medidas que pretende lançar em novembro, para atrair novos investidores para o mercado e antecipou que um dos objetivos será simplificar aspectos tributários e de regulação para criar um ambiente mais favorável aos negócios.

Segundo Pedro Camarota, chefe da Wook Mackenzie no Brasil, o movimento voluntário da Petrobras ao reduzir seu papel de protagonismo no setor de gás pode agilizar a consolidação da abertura do mercado.

“No Reino Unido, levou-se 20 anos desde o início da liberalização do mercado até que se conseguisse construir um mercado com liquidez. Aqui colocamos 12 a 15 anos para que toda a indústria seja aberta, 20 anos seria um processo completo. No caso do Reino Unido houve resistência. Aqui temos perspectiva diferente. Há uma necessidade de a Petrobras ceder espaço para setores privados. Eventualmente conseguiremos acelerar esse processo”, disse Camarota, durante evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) para discutir os rumos do setor de gás.

Segundo a Wood Mackenzie, as atividades de exploração e produção de óleo e gás podem gerar investimentos de US$ 134 bilhões, sobretudo em projetos no pré-sal e em rotas de escoamento da produção. O setor de geração termelétrica pode demandar US$ 17 bilhões, na expansão do parque de térmicas a gás. A consultoria calcula que a distribuição possa atrair investimentos de US$ 13 bilhões.

A expectativa da consultoria é que a rede de gasodutos das distribuidoras seja duplicada nas próximas duas décadas. São estimados, ainda, US$ 5 bilhões na ampliação dos gasodutos existentes e em novos terminais de gás natural liquefeito (GNL); e investimento de US$ 1 bilhão em novas unidades de processamento.

Na avaliação de Camarota, no entanto, o Brasil precisa melhorar as condições de investimentos no setor de óleo e gás. Segundo ele, existe hoje na indústria petrolífera nacional uma percepção de riscos, associada a questões como a presença relevante do Estado no setor, corrupção, licenciamento, conteúdo local e acesso ao mercado.

Para a diretora do Departamento de Gás Natural do Ministério de Minas e Energia, Symone Araujo, o objetivo do governo é apresentar um pacote de medidas para tratar de questões consideradas entraves para a entrada de novos agentes no mercado. “Não tenho medo de rever o que a gente fez. Em certa medida, é importante amadurecer os marcos legais e regulatórios. É olhar para trás para ver o que acertamos e erramos e olhar para frente para calibrar o que precisamos fazer para responder aos desafios que chegam no futuro “, disse.

Em apresentação para empresários do setor, Symone disse que coordenar as regulações estaduais e federal para o setor será um dos desafios que o governo pretende incluir no pacote de medidas de estímulo à indústria de gás. A expectativa é divulgar uma minuta de políticas e diretrizes para o setor até o fim de setembro e publicar as novas regras em novembro.

O governo, segundo Symone, está de olho também na simplificação da tarifação e tributação do setor e na criação de um órgão independente para operação da malha de gasodutos. A possibilidade de compartilhamento de infraestrutura de gás também será avaliada. Hoje apenas o compartilhamento de gasodutos de transporte está regulamentado, mas a ideia é estender também para unidades de processamento de gás, terminais de regaseificação e gasodutos de escoamento, por exemplo. 15

A diretora antecipou que pretende utilizar o gás da União, produzido em campos sob regime de partilha, como instrumento para desenvolver o mercado. A notícia foi recebida com ressalvas pelo mercado. Symone garantiu, no entanto, que a política de comercialização de gás da União será feita de “forma inteligente”, sem ferir a iniciativa privada.

Fonte: Valor Econômico