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ENERGIA EÓLICA – Capacidade instalada cresce 45% em 2015.

Capacidade instalada de usinas eólicas cresce 45% em 2015

Análise por estado mostra o Rio Grande do Norte na liderança do ranking
A capacidade instalada de usinas eólicas creceu 45% ao longo de 2015 na comparação com 2014,
saltando de 5.710 MW para 8.277 MW. Entre janeiro e dezembro do ano passado, entraram em
operação 102 novos empreendimentos, somando um total de 325 geradoras eólicas em 2015. O
balanço foi divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica nesta segunda-feira, 7 de
março.
Segundo a CCEE, as usinas eólicas produziram 2.971 MW médios, crescimento de 52% em relação
ao mesmo período de 2014. Vale destacar o desempenho da fonte no mês de agosto, quando a
produção alcançou seu auge e entregou ao Sistema Interligado Nacional de 3.199 MW médios.
Na análise por estado, o Rio Grande do Norte fechou 2015 com a maior capacidade instalada em
usinas eólicas, um total de 2.493 MW, aumento de 28,3%. Em seguida, aparecem Ceará com 1.573,5
MW (+22,8%), Rio Grande do Sul com 1.514 MW (+30,6%) e Bahia com 1.441 MW (+41,6%). Veja o
ranking completo abaixo.
Os dados consolidados do boletim InfoMercado Mensal referentes à dezembro mostram ainda uma
variação positiva no consumo e geração de energia do SIN. Na comparação com o mesmo período
do ano anterior, houve um aumento de 0,5% no consumo (61.795 MW médios ante 61.479 MW
médios) e de 0,4% na geração de energia (61.826 MW médios frente aos 61.559 MW médios).
Ranking – Os 10 maiores estados em capacidade instalada de energia eólica
Posição Estado MW
1º Rio Grande do Norte 2.493
2º Ceará 1.573,5
3º Rio Grande do Sul 1.514
4º Bahia 1.441
5º Piauí 705
6º Santa Catarina 224
7º Pernambuco 192
8º Paraíba 59,5
9º Sergipe 34,5
10º Rio de Janeiro 28
Fonte: CanalEnergia


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ENERGIA ELÉTRICA E PETRÓLEO – Fundos de incentivo do Reino Unido no Brasil.

Empresas dos setores de energia elétrica e petróleo e gás natural podem ter acesso a dois fundos de
incentivo do Reino Unido no Brasil, com recursos de até 1,345 bilhão de libras (o equivalente a R$ 7
bilhões). O valor não é totalmente voltado para o país nem exclusivo para as duas áreas, mas o Brasil
é considerado, pelo governo britânico, um dos destinos prioritários para investimentos em energia.
Um dos fundos, o “Newton Fund”, tem 45 milhões de libras (cerca de R$ 245 milhões), com
contrapartida em igual valor pelo governo brasileiro, para a capacitação de pessoas e o financiamento
de pesquisas e projetos de inovação no Brasil. O outro, o “Prosperity Fund”, possui investimento
global de 1,3 bilhão de libras (cerca de R$ 7 bilhões), em várias áreas, com destaque para energia.
Apesar de a iniciativa ser mundial, o Brasil é um dos países prioritários.
“Olhando para o futuro, temos aqui no Brasil dois fundos de apoio”, afirmou o embaixador do Reino
Unido no Brasil, Alex Ellis. O diplomata participará hoje de evento para promoção de intercâmbio
entre empresas dos dois países na área de petróleo e gás natural, organizado pelo consulado
britânico no Rio de Janeiro.
Segundo o embaixador, apesar da queda do preço internacional do petróleo e da situação financeira
delicada da Petrobras, âncora do setor no Brasil, há muitas oportunidades de negócios em conjunto
no mercado petrolífero hoje. Ele ressaltou que existem mais de 200 empresas britânicas atuando no
setor de óleo e gás, com destaque para a fabricação de robôs subaquáticos controlados remotamente
(ROV, na sigla em inglês), utilizados nas atividades em águas profundas — perfil do Mar do Norte e
das Bacias de Campos e Santos.
“O Reino Unido continuará sendo um parceiro fiel do Brasil, especialmente nesse setor de petróleo e
gás natural”, disse Ellis.
O embaixador contou que já teve reuniões com o diretor Financeiro e de Relações com Investidores
da Petrobras, Ivan Monteiro, para tratar de oportunidades e lembrou que os maiores investidores
britânicos no Brasil são do setor de óleo e gás.
“A BG e a Shell separadamente já eram empresas muito grandes no Brasil. Agora [com a aquisição
da BG pela Shell] ainda mais. O Brasil, em termos de exploração, é o país mais importante do mundo
para a Shell nos próximos anos. Não foi por acaso que o presidente global da Shell [Ben Van
Beurden] veio ao Brasil no dia da fusão”, disse Ellis.
Fonte: Valor Econômico


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ENERGIA EÓLICA – O novo mercado.

O novo mercado eólico

Financiamento mais caro, barreiras na instalação e oferta de usinas estimulam concentração do setor
e entrada de companhias internacionais
Perto de atingir uma capacidade instalada de 10 GW, o mercado eólico brasileiro está passando por
mais uma transformação. Em menos de uma década, deixou de ser o mais pobre entre os renováveis
para se tornar a estrela dos leilões de energia, construir uma cadeia produtiva praticamente do zero e
garantir seu lugar entre os dez maiores do mundo. Agora, as mudanças econômicas e setoriais
deram início a um processo de consolidação que está mudando o perfil do setor eólico brasileiro.
Os desafios que se apresentam para o desenvolvimento da fonte – como o financiamento em tempos
de crédito escasso e caro, aumento dos custos de construção dos projetos e indisponibilidade de
linhas de transmissão – estão levando empresas tradicionais, como a Renova, a se afastar de leilões
e a vender ativos para fazer caixa, necessário para que entreguem os 9 GW atualmente em
construção.
A oferta de projetos combinada ao real desvalorizado favorece não só as fusões e aquisições no
mercado interno, como a entrada de empresas e fundos de investimento estrangeiros, seja
comprando parques ou em parceria com as nacionais. A expectativa de contratação de pelo menos
mais 6 GW até 2019, de acordo com a projeção do governo federal, contribui ao garantir espaço para
crescimento nos próximos anos. O grande volume de parques em operação também cria
oportunidades para novos serviços no mercado, como o de operação e manutenção.
Está aumentando o número de ativos, construídos ou em desenvolvimento, à venda no mercado
eólico brasileiro, com companhias tradicionais pressionadas pela conjuntura econômica e
comprometidas com grandes investimentos nos próximos anos, após um ritmo intenso de contratação
– foram negociados 18 GW da fonte, dos quais metade ainda a construir.
O cenário econômico e político brasileiro tem dificultado a busca desses agentes por financiamento
para seus projetos, com um custo de capital mais alto. “A crise se aprofundou e já está completando
um ano, então começa a pesar mais (no fluxo de caixa das empresas) em 2016”, comenta a chefe de
Pesquisa e Análise da Bloomberg New Energy Finance para a América Latina, Lilian Alves. Como o
mercado perdeu liquidez, o que torna mais difícil o acesso ao dinheiro, explica a analista, as
empresas devem levantar caixa vendendo ativos ou fechando parcerias.
Além disso, o mercado ainda é bastante pulverizado com projetos distribuídos por mais de 60
investidores e empreendedores e os quatro maiores players detendo apenas 28,2% de participação
(veja a tabela na próxima página). O maior empreendedor, o Grupo Eletrobras, tem somente 11% do
total de projetos, sinal de que há bastante espaço para consolidação.
Esse movimento já começou em 2015, quando o volume de operações de concentração no setor de
energia eólica no Brasil triplicou em relação ao observado no ano anterior, somando um valor de US$
900 milhões, de acordo com dados da Strategy& / PwC. Para o sócio da companhia, Arthur Ramos,
a expectativa é de que aumente o número de transações do tipo neste ano.
“A consolidação no setor é motivada pelo encarecimento do custo de capital no mercado interno,
quando os projetos mais precisam de recursos para fazer frente aos investimentos”, afirma Ramos.
“Ao mesmo tempo ocorre maior apetite de investidores internacionais por ativos renováveis de
qualidade”, conclui.
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Lilian, da BNEF, afirma que as empresas tradicionais estarão mais sujeitas a compras. “As empresas
que vão estar abertas a fusões e aquisições são empresas conhecidas, que o mercado
provavelmente já está monitorando há algum tempo”, aponta.
Capital externo
Atualmente, as companhias têm conseguido financiar apenas metade do custo dos parques com o
BNDES, arcando com uma parcela de 50% de capital próprio. Há dois anos, quando negociaram boa
parte dos projetos, a participação era de 70%, a um custo menor. A alternativa que o banco aponta, a
emissão de debêntures de infraestrutura, é considerada cara e ainda não decolou.
São poucas as empresas com atuação no setor que estão em capacidade de arcar com essas
condições. O enfraquecimento da moeda local reforça a tendência e favorece a entrada de
companhias de capital externo, que têm uma moeda mais forte e acesso a fontes alternativas de
financiamento para complementar os empréstimos do BNDES, ainda visto como principal fonte de
recursos.
Até mesmo o governo está buscando a atração de capital de fora para o setor de energia. Em
novembro do ano passado, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmaquim,
liderou um road show, nos Estados Unidos, na Alemanha e na Inglaterra, que para apresentar o
Programa de Investimentos em Energia Elétrica, que envolve projetos previstos para serem
contratados entre 2015 e 2018, com investimentos estimados em R$ 186 bilhões.
“São muitos ativos a venda e poucos atores atualmente ativos no mercado, muito menos do que
houve nos últimos anos. E isso abre oportunidade de negócios”, comenta o diretor-geral da EDF EN
no Brasil, Paulo Abranches. Com escritório inaugurado no Brasil em abril do ano passado, a empresa
de origem francesa é um exemplo desse movimento. A companhia ingressou no setor ao adquirir
uma participação mínima de 80% no potencial eólico de 800 MW que a Sowitec desenvolveu na
Bahia, incluindo uma parte (66 MW), já negociada em leilão. De acordo com Abranches, a empresa
ainda tem apetite para realizar novas aquisições neste ano. Embora a companhia não tenha objetivos
definidos, a empresa trabalha com uma expectativa de expansão de 1 GW a 2 GW nos próximos
cinco a sete anos.
O interesse maior dos investidores é pelos projetos em desenvolvimento, ainda sem contratos de
compra e venda de energia (PPA). E o mercado brasileiro está bem servido deste tipo de ativo. “Há
um grande estoque de bons projetos, nas localizações de maior potencial eólico”, comenta o CEO da
consultoria Camargo Schubert, Odilon Camargo. O executivo aponta ainda que há algo em torno de
12 GW a 14 GW em estoque, de empresas que investiram na elaboração de novos projetos. Para
Camargo, com mais tempo de medição dos ventos nas localidades, os projetos podem ser ainda mais
competitivos, com projeções mais confiáveis.
Com bons projetos já desenvolvidos em mãos, as empresas de origem estrangeira têm grande
chance de sucesso nos leilões. A tendência fica bastante evidente com os resultados das
concorrências realizadas para a fonte no ano passado: apenas um dos dez vencedores é
exclusivamente nacional. O consórcio entre as brasileiras Votorantim e Casa dos Ventos viabilizou
um projeto de 209 MW, do total de 1.177 MW contratados em 2015. Os 968 MW restantes foram
negociados por empresas ligadas a grupos estrangeiros, como EDP (Portugal), Tractebel/ Engie e
Voltalia (França), Enel Green Power (Itália) e Rio Energy (EUA).
Essas companhias e as que tentarão entrar nos próximos leilões, estão dispostas a arcar com uma
parcela de 50% não financiada pelo BNDES. Para a Abeeólica, o ingresso desse capital é bastante
positivo. “É o que nós, como investidores, sempre quisemos: entrada de dinheiro além do BNDES”,
destaca a presidente da associação, Elbia Gannoum.
Esses grupos internacionais têm a vantagem de não estarem altamente contratados, terem algum
recurso em caixa e estarem entrando em um momento de alta nas tarifas, no patamar de R$
200/MWh no último leilão. Essas empresas não são afetadas, por exemplo, pela crise política
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brasileira, que impacta no rating das companhias locais e torna mais difícil a busca por capital fora do
Brasil.
Bioenergy e Omega
A Bioenergy, empresa brasileira que com problemas de caixa, por exemplo, vendeu projetos em
desenvolvimento, no ano passado, para a Omega, que tem como acionistas fundos de investimentos
incluindo o norte-americano Warbug Pincus. A Omega foi a maior vendedora de energia eólica em
2015, tendo negociado 262 MW. Deste volume, 240 MW, localizados no Maranhão, foram adquiridos
da Bioenergy.
A Bioenergy precisa levantar caixa porque enfrenta dificuldades para entregar parques que somam
360 MW, contratados entre 2011 e 2012 por tarifas em torno de R$ 110/MWh. A companhia tenta a
revogação amigável das concessões, na Aneel, mas de qualquer forma precisa arcar com multas.
Casa dos Ventos – Cubico
As negociações não se limitam a projetos em desenvolvimento. No ano passado, foi representativa a
venda de 392 MW operacionais da Casa dos Ventos, por R$ 2 bilhões, para a espanhola Cubico,
controlada do banco Santander e de dois fundos de pensão canadenses. A companhia, a exemplo da
EDF, também chega no Brasil – e em outros mercados emergentes – com forte apetite.
Apesar de ter chegado ao país adquirindo, da Casa dos Ventos, e assumindo, do Santander, ativos
operacionais, a empresa pretende expandir seu portfólio no Brasil entrando em leilões. Para isto,
deve comprar projetos já desenvolvidos de outras companhias, explica o diretor geral da Cubico no
país, Eduardo Klepacz.
O executivo admite que o fato de a companhia contar com capital estrangeiro pode ser uma
vantagem para competir no setor. “Mas há espaço para todas as empresas, nacionais e de fora”,
ressalva.
A Cubico, que atua em países da América Latina e Europa, opera 1,7 GW globalmente, de ativos
avaliados em US$ 2 bilhões. A intenção, de acordo com Klepacz, é dobrar de tamanho nos próximos
cinco anos. O executivo, contudo, não abre os números planejados para o Brasil.
Para a Casa dos Ventos, o negócio com a Cubico ampliou a disponibilidade de caixa e permite que a
companhia volte ao jogo neste ano. O diretor de Novos Negócios da companhia, Lucas Araripe, não
descarta realizar novas operações de venda. “Devido ao nosso extenso portfólio de projetos em
carteira e ao cenário atual do setor, faz sentido reciclar o capital para investir em novos
empreendimentos”, comenta o diretor. A companhia tem cerca de 5 GW em carteira.
Outra empresa com representativo portfólio de projetos, a Renova chegou a aderir ao movimento de
fusões e aquisições protagonizando pelo setor eólico brasileiro. A companhia fechou em julho do ano
passado um acordo com a TerraForm Global, subsidiária da SunEdison, no valor de R$ 13 bilhões,
em troca de ativos que somam 2,2 GW e que entrariam em operação entre 2017 e 2020. O valor era
equivalente ao investimento necessário para que a companhia entregue os projetos – R$ 12 bilhões,
considerando um investimento médio de R$ 6,5 milhões por MW instalado.
Mas o negócio foi desfeito, muito por conta do desempenho global abaixo do esperado da yeldco –
empresa criada para concentrara ativos em operação e garantir dividendos constantes aos acionistas
– da SunEdison. “As yeldcos eram interessantes até um, dois anos atrás. Mas essas empresas
começaram a ir mal porque chegaram com apetite muito forte: começaram a pegar ativos em
construção, de pipeline, em desenvolvimento, de certa forma apostando nas outras empresas (donas
dos ativos)”, explica Lilian, da BNEF.
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Com o acordo cancelado, a Renova assumiu um novo plano de negócios, que deve envolver a venda
de projetos. A ideia é adequar os investimentos às condições atuais do mercado, com menor
disponibilidade de crédito. A empresa estuda alternativas para honrar com os compromissos
assumidos, inclusive fazendo uma avaliação de quais investimentos são mais viáveis.
Além da possibilidade de venda de ativos, parte da própria companhia está disponível no mercado. O
negócio desfeito com a TerraForm Global envolvia a venda da participação da Light na companhia,
de 15,8%, para a SunEdison. A norte-americana, que começou a perder fôlego após um período de
grande volume de aquisições no mundo todo e viu suas ações em queda no ano passado, desistiu da
compra. A distribuidora carioca, entretanto, já sinalizou que ainda tem interesse em negociar sua fatia
no capital social da Renova.
O mercado eólico não será mais o mesmo daqui para frente.
Fonte: Revista Brasil Energia


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BRASIL – Geração híbrida eólica-solar.

Bem casados

Para reduzir custos e compartilhar instalações de transmissão, empresas começam a testar a
geração híbrida eólico-solar no Brasil
Se sozinhas já avançam rapidamente, as fontes eólica e solar têm potencial ainda maior quando
combinadas. Além de baixar os custos, os projetos híbridos podem aproveitar melhor as instalações
de transmissão, um dos maiores gargalos do setor elétrico atualmente. É o que acreditam empresas
e associações setoriais que se mobilizam para impulsionar esses arranjos.
Um dos objetivos é contribuir para que a Aneel crie regras específicas para a participação de híbridos
nos leilões de energia. Hoje, só entram separados. As empresas também pretendem testar esse
modelo para coletar informações como a proporção ideal de cada fonte e o valor final da energia.
Só há uma usina eólico-solar em operação no Brasil. Pertence à Enel Green Power (EGP) e foi
inaugurada em setembro de 2015, em Tacaratu (PE), após investimento de US$ 18 milhões.
Combina o parque eólico de Fontes dos Ventos (80 MW) com duas fotovoltaicas – Fontes Solar I e II,
com 11 MW.
“A solução é muito eficiente e adequada para ser potencialmente aplicada em outras partes do
Brasil”, comenta Luigi Parisi, responsável pela EGP no Brasil e no Uruguai (veja entrevista na página
32). Existem sinergias tanto na operação quanto na construção, ressalta.
A Renova Energia, braço de renováveis da Cemig, confirmou que vai investir R$ 100 milhões num
projeto de P&D, patrocinado em parte pela Finep, em Caetité (BA), onde vai juntar duas eólicas,
somando 21,6 MW, com uma solar de 4,8 MW.
O objetivo é estudar por um ano a interação entre as tecnologias. A previsão é que o conjunto
comece a operar gradualmente a partir do 1º trimestre de 2017.
“Percebemos a oportunidade de fazer algo com escala, mas ainda assim experimental. O foco
principal desse arranjo é maximizar os recursos de transmissão e transformação, mas há lá uma
complementaridade muito grande. A geração solar vai ajudar a firmar a eólica”, conta o diretor de
Projetos da Renova Energia, Carlos Rogério Carvalho.
Com a união das fontes, a empresa espera conseguir uma geração constante, que permita a
comercialização da energia no mercado livre. Isso porque a eólica opera principalmente à noite –
quando o vento é mais forte na região −, enquanto a fotovoltaica gera durante o dia.
“Vamos acompanhar o comportamento dos sistemas, estudar as informações coletadas ao longo do
tempo, e isso servirá de base para uma proposta de regulação que será encaminhada à Aneel”,
anuncia Carvalho.
Contratada pela Renova para fazer esse trabalho, Leontina Pinto, da Engenho Consultoria, acredita
que as informações obtidas com o projeto serão suficientes para embasar a inserção dos híbridos nos
leilões.
“Observamos em Caetité uma condição climática diferenciada. Não existe somente uma
complementaridade entre dia e noite, mas entre estações do ano, o que mitiga o risco da
sazonalidade e dá mais confiabilidade e segurança ao investimento”, salienta.
Os pontos críticos do estudo, segundo ela, são determinar o dimensionamento correto de cada uma
das fontes dentro de arranjo híbrido e também buscar um valor adequado para um produto de
características particulares.
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Alívio na transmissão
Além de tornar a operação mais estável, os sistemas híbridos tornariam mais eficiente o uso de
instalações de transmissão e distribuição.
Para o diretor executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, é preciso que esses benefícios sejam
reconhecidos quando os híbridos forem adotados nos leilões regulados. O compartilhamento de
conexões e subestações e de serviços de O&M, gestão e segurança, permitem um custo médio
menor da energia ofertada.
“Seria interessante que, num modelo diferente, fosse possível valorizar não só a energia – de perfil
mais estável ao longo do ano −, mas também a proximidade da fonte em relação à carga, com
atenção à redução das perdas”, sugere o dirigente.
Sauaia diz que outras empresas, além de Renova e EGP, tem interesse nos híbridos. Segundo ele,
um dos primeiros passos é padronizar a duração dos contratos, já que o regulador estabelece prazos
diferentes para solar e eólica nos leilões.
Thaís Prandini, da Thymos Energia, se mostra otimista em relação aos projetos híbridos. “Não há por
que não ter um produto, principalmente quanto a leilão de reserva em que é preciso gerar flat [de
forma constante] o máximo de tempo possível. É uma questão de conversar com o governo”, diz.
Não haveria problema também, segundo a consultora, em associar usinas em operação com novas e
com contratos nos mercados livre ou regulado. É o caso do projeto da EGP em Taracatu: as usinas
foram construídas em diferentes momentos e a energia é vendida em contratos separados.
Entusiasta dos híbridos, a presidente da Abeeólica, Elbia Gannoum, adverte, no entanto, que uma
“parceria” a posteriori tem de ser estudada com cuidado. Nem todos os sites eólicos em operação são
adequados para abrigar um sistema fotovoltaico. “Muitas vezes há clima e insolação adequados, mas
a topografia, acidentada, é imprópria para a fotovoltaica”, explica.
Elbia pensa não só em juntar eólica e solar, mas também solar e cogeração a biomassa de cana.
Nesse caso, a fotovoltaica poderia compensar o período de entressafra.
Fonte: Revista Brasil Energia


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A RÁPIDA E SILENCIOSA ASCENSÃO DA ENERGIA EÓLICA.

 

Sem expressão até há muito pouco, ela já gera tanta eletricidade como as termelétricas — e poderá suprir quase 10% do consumo nacional, em 2021

Na disputa por uma fatia na matriz energética brasileira, o setor eólico vem conquistando espaço significativo e se tornou a “segunda fonte de energia mais competitiva” no país, diz a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica – Abeeólica, Elbia Melo (foto), à IHU On-Line. Na entrevista a seguir, concedida por e-mail, ela informa que no último ano, o setor cresceu, conquistando dois pontos percentuais na matriz energética, “empatado com o setor termelétrico”. Segundo as estimativas, “a previsão para 2016 é que a fonte eólica represente 5,5% da matriz elétrica”, ressalta.

 

De acordo com Elbia Melo, “a contribuição do setor eólico é de extrema importância, pois com a geração das eólicas temos mais energia limpa e competitiva sustentando o sistema, o que implica na redução dos encargos gerados e por consequência em um menor custo da tarifa dos consumidores”.

 

Elbia Melo é graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Uberlândia, mestre em Economia pela Universidade Federal de Santa Catarina, e Doutora em Engenharia pela mesma universidade.

 

Confira a entrevista.

Qual a atual situação do setor eólico brasileiro? Como funciona a gestão desses parques atualmente?

O setor eólico brasileiro encontra-se em crescente expansão, a expectativa é de que sejam contratados 2GW por ano de energia eólica através dos leilões realizados pelo governo. Hoje, a matriz energética brasileira conta com uma capacidade eólica instalada de 2,5GW. Já somado a esse número estão os 622MW impossibilitados de transmitir a energia gerada devido à falta de uma linha de transmissão que conecte o parque à rede elétrica. A gestão dos parques é realizada, normalmente, por empresas que desenvolvem e constroem os parques eólicos. Os contratos de fornecimento possuem 20 anos de duração.

 

Como funciona o sistema de transmissão de energia eólica no país?
Toda usina de energia elétrica precisa de um sistema de transmissão para escoar a energia produzida. A energia pode ser escoada através de instalações coletoras de geração (ICGs) ou podem também estar conectadas em redes já existentes de alta tensão.

Quais são hoje os parques mais importantes?

 
Podemos citar o parque Alto do Sertão na Bahia e o de Osório no Rio Grande do Sul, porém todos os parques existentes possuem importante participação na matriz elétrica brasileira.
Há uma crítica ao setor eólico, porque dos 50 parques eólicos que devem entrar em operação neste ano, muitos não possuem linhas de transmissão para fornecer energia ao sistema. Quais as razões da falta de linhas de transmissão?

As linhas de transmissão não são necessariamente de responsabilidade do investidor do parque, ou seja, as linhas de transmissão possuem seus próprios investidores. Sendo assim, o atraso torna-se responsabilidade da empresa investidora de transmissão que por alguma razão não conseguiu atingir os prazos estipulados, o que traz afalta das linhas.

Qual é o incentivo que o governo brasileiro tem dado ao setor eólico?

No Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica – Proinfa –, os parques eólicos participantes recebem uma tarifa subsidiada, porém esse programa conta com 1,4 GW contratados que foram muito importantes para o início do desenvolvimento da fonte eólica no Brasil. Desde os leilões de 2009, a fonte eólica participa dos leilões promovidos pelo governo competindo com as demais fontes de geração. Nos leilões são contratados os projetos mais competitivos e a fonte eólica teve grande destaque por ter se tornado a segunda fonte mais competitiva.

Qual a perspectiva em relação à implantação de novos parques eólicos? Que percentual da matriz energética brasileira é destinada ao setor?

A perspectiva para 2013 é de se implantar 125 novos parques que totalizam pouco mais de 3GW instalados até dezembro. Ao final de 2012, com o total de 2,5 GW instalados, o setor eólico teve na matriz energética brasileira dois pontos percentuais empatado com o setor termelétrico, que também conquistou dois pontos percentuais. A previsão para 2016 é que a fonte eólica represente 5,5% da matriz elétrica.

Qual o espaço do setor eólico no Plano Decenal de Energia?

A fonte eólica foi contemplada no Plano Decenal de Energia como uma das fontes que mais crescerá até 2021, com 16 GW de capacidade instalada representando 9% da matriz elétrica.

Alguns engenheiros propõem um sistema de energia interligado, chamado de hidreólico, que integra o setor elétrico e eólico. Como avalia essa sugestão?

A complementariedade entre os ventos e as chuvas é muito conhecida na climatologia. Existem períodos no ano onde ocorrem mais chuvas do que vento e períodos do ano com altos índices de vento e baixos índices pluviométricos. Dentro deste contexto, a própria ABEEólica apresentou em 2012 um estudo de integração contábil entre a fonte hidrelétrica e a fonte eólica para o modelo do setor elétrico brasileiro.

Quais as contribuições do setor eólico para a matriz energética brasileira, considerando a discussão sobre os possíveis riscos de desabastecimento energético no futuro?

A contribuição do setor eólico é de extrema importância, pois com a geração das eólicas temos mais energia limpa e competitiva sustentando o sistema, o que implica na redução dos encargos gerados e por consequência em um menor custo da tarifa dos consumidores.

Como a fonte eólica possui maior geração no período seco do ano, ela pode contribuir muito para o armazenamento de água nos reservatórios das hidrelétricas. Podemos e devemos pontuar também sobre a extensa variedade de vantagens socioambientais como a geração de empregos, geração de riqueza para o Estado, nacionalização de grande parte da matéria-prima necessária para produção dos aerogeradores.


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ENERGIAS LIMPAS: AUSTRÁLIA ENSINA A BARATEAR.

 por  do Blog da Redação.

 

Grandes parques eólicos em alto-mar, a novidade tecnológica mais recente no caminho para ultrapassar era do petróleo

Grandes parques eólicos em alto-mar, a novidade tecnológica mais recente no caminho para ultrapassar era do petróleo

Graças a política fiscal ativa, energia eólica já é mais barata que a gerada em termelétricas. Quais os caminhos para seguir este exemplo no Brasil?

Por Antonio Martins

Num país de vasto território e insolação, como o Brasil, o principal obstáculo a um grande desenvolvimento das fontes limpas de energia é, à primeira vista, o preço. Embora os números sejam variáveis, a eletricidade de fonte eólica é, ainda, pelo menos 15% mais cara que a gerada nas hidrelétricas. A energia solar custa três ou quatro vezes mais. Embora exista, desde 2004, um programa de incentivo às fontes alternativas — o Proinfa –, suas metas são limitadas. Mesmo nas hipóteses mais otimistas, os ventos deverão suprir, em 2021, menos de 10% do consumo. Por isso, talvez seja interessante observar a experiência recente da Austrália na construção de uma matriz energética mais adequada.

O país parte de uma situação muito pior que a do Brasil. Até há pouco, era a nação industrializada que dependia mais pesadamente do carvão — talvez a fonte mais suja — para produzir eletricidade. Nos últimos anos, contudo, decisões ousadas de política fiscal começaram a transformar este panorama. A mudança está relatada num texto de Thom Hartmann, para o site Alternet.

O princípio essencial é simples. Institui-se uma taxa de carbono, imposta sobre toda a energia gerada a partir de materiais que produzem o efeito-estufa. Com ela, o megawatt (Mw) gerado a partir do carvão subiu para 143 dólares australianos (R$ 291); e o proveniente do gás, para 116 dólares (R$ 236), enquanto o Mw eólico permanece em 80 dólares (R$ 163). Com o tempo, as usinas de vento ganharam escala e evoluíram tecnologicamente. Hoje, produziriam energia mais barata mesmo sem vantagens fiscais. O próximo passo é adotar políticas que tornem gradualmente mais barata a energia solar.

Os incentivos são decisivos, porque tem havido intensa evolução tecnológica tanto no uso dos ventos quanto no do sol — mas tirar proveito deles exige investimentos. Nos últimos dez anos, a geração de energia eólica tornou-se cerca de 66% mais barata. A queda abrupta deu-se graças, inclusive, ao uso de cataventos cujas pás estão situadas mais de cem metros acima do solo — o dobro da altura que prevalecia na década passada. Os equipamentos mais modernos são capazes de ajustar seu próprio ângulo em relação aos ventos, para captar mais eficazmente sua força. Novas formas de conexão entre a turbina eólica e a rede elétrica estão reduzindo perdas de energia. A novidade mais recente, ainda em desenvolvimento, são aerogeradores flutuantes, que poderão ser instalados em alto mar, em profundidades de até 700 metros (como na foto deste post).

O Brasil precisa — e pode — capacitar-se tecnologicamente para participar deste movimento. É preciso vontade política e criatividade. O economista Ignacy Sachs sugeriu, há cerca de dois anos, um caminho prático. Ele sugeriu usar os recursos do pré-sal brasileiro para construir a transição para uma economia pós-petróleo. Quis lembrar que a imensa riqueza gerada pelos novos campos de petróleo permitirá ao país financiar, entre outros projetos, um vasto investimento em fontes limpas de energia. Haverá pressão social suficiente para tanto?