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RENOVÁVEIS SÃO PRIORIDADE PARA O BNDES.

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O adverso cenário econômico brasileiro, no qual o dinheiro se torna mais caro e escasso, é um
inibidor de apetite para os investidores. Ainda assim, os projetos de energia renovável podem contar
com as melhores condições de empréstimo oferecidas pelo BNDES, atualmente o principal
financiador do setor. De acordo com a chefe do Departamento de Fontes Alternativas de Energia,
Lígia Barros das Chagas Ferreira, esse projetos são prioritários para o banco.
Não que as mudanças no cenário não tenham afetado as condições de empréstimo. O banco tem
incentivado, inclusive, que projetos recorram também a outras fontes de recursos financeiros, como o
mercado de capitais. “O nível de alavancagem acaba aumentando (de 10% a 15%) nos projetos que
têm emissão de debêntures, para os quais nós alteramos o sistema de amortização”, detalha Lígia.
Apesar de apontar e incentivar alternativas, o BNDES tem interesse em novos clientes e a previsão é
manter o aumento constante nas liberações para os projetos renováveis. Atualmente, a expectativa
da instituição está bastante voltada para receber os primeiros projetos solares que, com o cadastro
de painéis solares no Finame, já podem buscar o apoio do banco.
Quais são as perspectivas de aprovações para o setor de renováveis em 2015?
No ano passado o BNDES aprovou financiamentos de longo prazo para o setor de energias
renováveis que somam R$ 5 bilhões e a expectativa é que este ano as aprovações cheguem a R$ 7
bilhões. Já as liberações em 2014 foram de R$ 3,6 bilhões e a expectativa para esse ano é de R$ 5,5
bilhões a R$ 5,7 bilhões. Está crescendo de forma constante. Há uma expectativa grande para esse
leilão de novembro (LER) e o primeiro de 2016. Esse é um setor prioritário para o banco, a gente tem
o nível máximo de participação, que é 70% dos itens financiáveis, um spread básico de 1,2 e o
financiamento é 100% em TJLP, que são as melhores condições do banco.
O BNDES já recebeu consultas para projetos fotovoltaicos?
Ainda não há nenhum projeto fotovoltaico em análise no BNDES. Tem havido muita conversa com os
vencedores dos leilões, temos reuniões semanais, para desenhar estrutura, explicar as condições. É
uma coisa que vai estourar a qualquer momento. Estamos na expectativa, recurso tem.
Alguns vencedores deram indicações de que vão abrir mão do apoio do BNDES e importar os
equipamentos, como a Enel Green Power…
Mas aí a questão é a velocidade em que ela tem de mplantar os parques. De qualquer maneira,
temos uma conversa marcada com eles sobre isso.
E quanto aos fornecedores?
Já temos dez termos de compromisso assinados entre o BNDES e possíveis fabricantes. Isso já dá
um sinal. E três fabricantes [Globo Brasil, que conta com apoio do banco, Minas Sol e Tecnometal]
com código Finame. Esse era o primeiro obstáculo, que o equipamento fosse cadastrado no Finame.
Sabemos que devem vir muitos projetos aqui no ano que vem, até porque temos dois leilões de
energia, cada um com 800 MW. Além das três fábricas de placas fotovoltaicas, já há três fábricas dos
inversores também, o que foi uma antecipação, já que a exigência era só para 2018.
Essa demora para que os projetos cheguem ao banco pode ser atribuída à mudança do
cenário econômico desde que eles foram negociados?
Isso vale para a tomada de decisão de investimento como um todo. Mas essas fábricas credenciadas
só chegaram neste ano, é um credenciamento recente. Então, de fato, os empreendedores não
podiam vir ao banco porque não tinham de quem comprar o painel nacional. Isso foi decisivo para
que eles adiassem.
Essas mudanças podem inviabilizar projetos já contratados?
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O que pode haver e está havendo no setor é que esses ativos estão baratos do ponto de vista do
investidor estrangeiro. Aí esses projetos que já tiveram energia vendida passam a ser bastante
atraentes para investidores novos no setor. Temos visto um movimento de compra e venda de ativos
e um interesse por parte de investidores estrangeiros, porque os ativos estão baratos e são
investimentos de longo prazo. O setor eólico, por exemplo, já apresenta uma certa maturidade, que
dá uma segurança para o investidor.
O banco estava estudando modelos de financiamento para a geração distribuída. Houve algum
resultado?
Não temos um programa específico para a geração distribuída, não há uma separação da geração
centralizada. O que o banco está buscando é apoiar um projeto, efetivamente. Já temos um projeto
de geração distribuída em conversas no departamento, com um modelo que está sendo trazido pelo
empreendedor. Acreditamos nisso porque não temos como chegar à residência, o BNDES não tem
essa capilaridade. Pode haver uma empresa que vai instalar os painéis e pegaria o financiamento e
nosso risco ficaria com essa empresa, isso faz sentido. Mas não temos nenhuma aprovação nem
enquadramento.
Há prioridade para a geração centralizada?
Não priorizamos nenhuma das modalidades, entendemos que para o mercado de energia solar se
desenvolver são necessárias as duas. O que temos de expectativa é que a geração centralizada
acabe puxando a geração distribuída no Brasil. O vetor da fonte no Brasil vai ser o leilão mesmo.
A alta do dólar pode favorecer a produção nacional de painéis solares e aerogeradores?
Entendemos que a alta favorece um aumento da nacionalização da cadeia eólica. Temos fabricantes
que já estão num nível de fabricação superior ao exigido pelo BNDES no último marco que passa a
vigorar em janeiro de 2016. O que veremos agora no setor eólico é um investimento em aumento de
capacidade. Porque existe uma previsão de demanda maior por equipamentos. Já para o setor
fotovoltaico, acredito que isso acelera a tomada de decisão de investimento.
O próprio BNDES tem incentivado os empreendedores a buscar capital em outras fontes,
como a emissão de debêntures. Existe demanda para a compra desses papéis no mercado?
A demanda existe. No momento ela está muito crítica, por causa da taxa atrativa dos títulos públicos,
o que faz com que as debêntures privadas, mesmo as de infraestrutura, que têm um incentivo fiscal
para o debenturista, percam um pouco a atratividade. Mas achamos que esse é um mercado que vai
deslanchar e a demanda tende a aumentar. São projetos que têm uma receita garantida, de longo
prazo, então são excelentes títulos de renda fixa privados.
Essa alternativa passou a ser apontada por conta da menor participação do banco nos
projetos?
Não houve uma diminuição. O que houve foi uma mudança de políticas operacionais no final de 2014
que alterou o nível de participação do BNDES nos itens financiáveis para todos os projetos. Para
energias renováveis em geral, o nível de participação do financiamento, que poderia ser de até 80%,
passou a ser de 70%. Esta foi a menor queda que houve. A mudança de 80% para 70% não trouxe
nenhum impacto expressivo no nível de alavancagem, porque fazemos um cálculo de até 70% dos
itens financiáveis e verificamos se o valor do financiamento cabe na capacidade de pagamento dos
projetos. E temos uma exigência mínima de índice de cobertura de serviço da dívida.
Apesar de 70% ser o limite, alguns empreendedores relatam que não têm conseguido essa
participação máxima nos projetos.
Pelo menos 15% do projeto são itens não financiáveis. Então a alavancagem global é de 65%, 60%,
porque existe uma porção dos investimentos que não é financiável. E isso é complementado pela
debênture. O nível de alavancagem acaba aumentando nos projetos que têm emissão de debêntures,
para os quais nós alteramos o sistema de amortização – que passa de SAC (sistema de amortização
constante) para price, e aí cabe no financiamento dos projetos um pouco mais de dívida. Em geral,
esse aumento de alavancagem é de 10% a 15%, condicionado à emissão de debêntures pelo projeto,
que podem ser adquiridas pela BNDESPar ou não.
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Houve alguma mudança na avaliação de risco por conta da experiência do BNDES com os
projetos já apoiados?
Não há nenhuma mudança significativa na avaliação de risco, temos feito um aperfeiçoamento, uma
melhoria da nossa metodologia de project finance. Cada vez mais os riscos do projeto têm sido
levados em consideração, dentro da lógica de mitigação, segregação e alocação de riscos. Hoje, na
avaliação feita pelo BNDES, são levados em consideração de forma bastante expressiva os contratos
que são celebrados entre os projetos e os fornecedores, o comprador de energia, o epecista, o
sponsor, o O&M. O track record, o amadurecimento da indústria eólica com certeza traz uma
diminuição do risco, porque você tem o track record dos parques, um track record de operação, dos
fornecedores.
Como está o financiamento para projetos no mercado livre?
Não existe um padrão para projetos negociados no ACL. Temos aqui alguns projetos que têm prazos
quase tão longos quanto os contratos do ACR. E também estamos discutindo com a Abraceel uma
metodologia, uma forma de viabilizar o financiamento com contratos mais curtos, de cinco anos,
contanto que haja um PPA de sustentação. Existe um mecanismo em discussão. Na realidade,
estamos aguardando um projeto piloto, porque este já é um conceito formado aqui.
E as liberações para outras fontes renováveis, como PCH e Biomassa?
No ano passado aprovamos apenas uma operação de financiamento para PCHs. Em 2011, esse
número já foi de 13 projetos (em 2012 foram seis, e em 2013, três). Nosso número acaba refletindo
um pouco o que está acontecendo no mercado. Só que em 2015 já aprovamos cinco e a perspectiva
é que aprovemos o financiamento para oito a dez PCHs até o fim do ano. Isso mostra uma retomada
da competitividade dessa fonte. O governo também separou as PCHs das eólicas e melhorou o preço
[nos leilões].
Já biomassa tem tido muito pouca liberação. Esse ano foram negociados alguns projetos nos leilões,
então talvez no ano que vem apareçam.
Fonte: Revista Brasil Energia

Autor: carlosadoria

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